Os professores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) deflagraram greve por tempo indeterminado na última terça-feira, 29. O movimento estudantil da Uece/Fecli e Urca de Iguatu realizava o ato para receber o governador do Estado, Cid Gomes, que estava na região para inaugurar policlínica no município de Icó.
Após o atrito, o secretário foi embora. O governador Cid Gomes chegou em seguida, em outro voo, e participou de reunião fechada com representantes do movimento, onde foram tratadas as seguintes pautas: a construção do campus multi-institucional, em Iguatu, o concurso para professor efetivo nas instituições e a greve na Uece.
Entretanto, na reunião, Cid disse que não negociava com grevistas. Sobre a obra da cidade universitária, o governador ficou de debater o tema em uma nova reunião, na próxima visita dele a Iguatu, marcada para dia 14 de novembro.
"Quando não estávamos em greve ele também não negociava. Tentamos por diversas vezes encaminhar as pautas, mas não tivemos resposta", reclama o professor e integrante do Sindicato dos Docentes da Uece, Pedro Silva, que participou da reunião com Cid Gomes. "Essa postura demonstra a atitude intransigente do governo ao diálogo. Demonstra também a forma que o governo vem tratando os professores, e que o ensino superior não é prioridade do governo", diz.
Ainda de acordo com Pedro, o governador explicou a razão para não realizar concurso para professores na UECE. "Cid disse que os professore resolveram aumentar os próprios salários e que, por isso, não tem recursos para a contratação de novos professores".
O professor fala que o objetivo da reunião era abrir um canal de negociação, porém, "a reunião não encaminhou nada".
Por essa razão, ele diz que na próxima quarta-feira, 6, deve ocorrer novo protesto em Fortaleza, saíndo da Praça da Imprensa com destino ao Palácio da Abolição e que terá como objetivo, abrir o canal de negociação com Cid Gomes. O horário ainda será confirmado.