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sábado, novembro 23, 2013

O povo tem memória não é palhaço


Ao se fazer uma retrospectiva do famoso esquema de compra, de votos de parlamentares - conhecido como mensalão - deflagrado no primeiro mandato do governo de LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA (PT - Partido dos Trabalhadores), verifica-se uma sequência de fatos, começando pelos rumores desta “venda” de votos por parte de deputados até este esquema ser escancarado pelo então deputado federal ROBERTO JEFFERSON (PTB – RJ), em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, no início de junho de 2005.

QUEM NÃO SE LEMBRA DISSO?! POIS É...
Naquela época ROBERTO JEFFERSON era acusado de envolvimento em processos de licitações fraudulentas, praticadas por funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), ligados ao PTB, partido do qual ele era presidente. Antes que uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) fosse instalada para apurar o caso dos Correios, o deputado decidiu denunciar o caso Mensalão. Desse modo, sentindo-se intimidado, Jefferson, declarou em rede nacional que deputados da base aliada do PT recebiam uma “mesada” de R$ 30 mil para votarem segundo as orientações do governo. Estes parlamentares, os “mensaleiros”, seriam do PL (Partido Liberal), PP (Partido Progressista), PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e do próprio PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).
RELEMBRE OS FATOS...
De acordo com o deputado delator do esquema - um núcleo seria responsável pela compra dos votos e também pelo suborno por meio de cargos em empresas públicas. JOSÉ DIRCEU, Ministro da Casa Civil na época, foi apontado como o chefe do esquema. DELÚBIO SOARES, tesoureiro do PT, era quem efetuava o pagamento aos “mensaleiros”. Com o dinheiro em mãos, o grupo também teria saldado dívidas do PT e gastos com as campanhas eleitorais.
QUE CILADA PARA LUDIBRIAR O POVO BRASILEIRO!
MARCOS VALÉRIO FERNANDES DE SOUZA, publicitário e dono das agências que mais detinham contrato de trabalho com órgãos do governo, seria o operador do Mensalão. Valério arrecadava o dinheiro junto a empresas estatais e privadas e em bancos, através de empréstimos que nunca foram pagos. FERNANDA KARINA SOMAGGIO, ex-secretária do publicitário, foi uma das testemunhas que confirmou o esquema, apelidado DE “VALERIODUTO”. Outras figuras de destaque no governo e no PT também foram apontadas como participantes do mensalão, tais como:JOSÉ GENOINO (presidente do PT), SÍLVIO PEREIRA (Secretário do PT), JOÃO PAULO CUNHA (Presidente da Câmara dos Deputados), Ministro das Comunicações, LUIZ GUSHIKEN, Ministro dos Transportes, ANDERSON ADAUTO, e até mesmo o Ministro da Fazenda, ANTONIO PALOCCI.
TODAVIA, O QUE ACONTECEU COM OS DELATADOS?
Ah! Todos os acusados foram afastados do cargo que ocupavam. Ainda que não houvesse provas concretas do esquema de corrupção, os envolvidos não conseguiram se defender de forma contundente durante os interrogatórios à CPI dos Correios, instaurada para investigar o caso.
O PIOR DE TUDO É QUE...
Lula negou que soubesse do Mensalão. O próprio Roberto Jefferson o poupou das acusações. Enquanto seus homens fortes caiam, Lula conseguiu se manter no cargo e ainda se reeleger, em 2006. QUE HEROI, SEMPRE PROTEGENDO A NAÇÃO DA CORRUPÇÃO! “OU FICAR A PÁTRIA LIVRE OU MORRER PELO BRASIL!
Em agosto de 2007, mais de dois anos após ser denunciado o esquema, o STF (Supremo Tribunal Federal) acatou a denúncia da Procuradoria Geral da República e abriu processo contra quarenta envolvidos no escândalo do Mensalão. Entre os réus, estão: JOSÉ DIRCEU, LUIZ GUSHIKEN, ANDERSON ADAUTO, JOÃO PAULO CUNHA, MARCOS VALÉRIO, ROBERTO JEFFERSON, os quais teriam que responder por crime de corrupção passiva e ativaformação de quadrilha, lavagem de dinheiro, entre outros.
BRASIL, HOJE!
O deputado federal José Genoino (PT-SP) afirmou em entrevista à revista "Isto É" QUE JAMAIS ABANDONARÁ A LUTA POLÍTICA E QUE FOI CONDENADO "POR CORRUPÇÃO SEM NUNCA TER MEXIDO COM DINHEIRO". A entrevista foi feita na última quinta-feira (21/11), no presídio da Papuda, Distrito Federal, onde ele cumpre pena de seis anos e sete meses de prisão por corrupção e formação de quadrilha.
QUE INFÂMIA!
O Brasil juridicamente acabou e realmente o Ministro Celso de Mello, deixou o sistema em baixa! Será que em nome do sistema geral do garantismo jurídico ou como querem a construção das colunas mestras do Estado de direito, que tem por fundamento e fim a tutela das liberdades do indivíduo frente às variadas formas de exercício arbitrário de poder o judiciário brasileiro vai virar agenda de corruptos, bandidos, marginais, quadrilheiros e homicidas?

Segundo consta a Teoria Geral do Garantismo Jurídico, parte de três concepções:
1 – garantismo como modelo normativo de Direito, em que é a principal conotação funcional de uma específica formação moderna que é o Estado de direito.
2 – garantismo como uma teoria jurídica da validade, da efetividade e da vigência das normas.
3 – garantismo como filosofia do direito e critica da política.

A conclusão a que se chega é que a separação entre direito e moral e a necessidade de se recorrer a princípios morais que expliquem as decisões político-jurídicas, não implicam numa contradição no sistema garantista. Na realidade, a relação existente entre direito e moral quer dizer, em determinado sentido, que moral e direito não se confundem principalmente, que a moral não é suficiente nem em sede judiciária, nem em sede executiva para justificar a intervenção penal. Daí a existência e o primado do ponto de vista externo. Ou seja, pelas leis que possibilitaram a intervenção penal no caso do mensalão, foram condenados justamente e o ponto de vista externo crítico e o anseio da população brasileira era que todos fossem para cadeia mesmo, pois o povo tem memória e não é palhaço.

Texto: JP Siqueira