funcionário da Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS), Wellington Duarte, que há três anos integra o quadro de colaboradores do hospital no serviço de apoio à jardinagem, foi a vítima mais recente da cidade sem lei que se tornou Sobral. Hoje, o que impera na Princesa do Norte é o desrespeito às autoridades constituídas, o medo, a falta de segurança, a impunidade, um verdadeiro faroeste de facções rivais, armadas e perigosas.
Wellington Duarte foi alvejado no braço por um disparo de arma de fogo, na tarde de domingo, 14, quando assistia uma partida de futebol amador na companhia do seu filho de 11 anos, no Campo da RFFSA, uma área central da cidade. Ele conta que dois indivíduos, em uma moto, chegaram atirando a esmo na direção de quem estava no campo, "Foi um momento de muito pavor e desespero. O campo estava com um bom público, inclusive com mulheres e crianças assistindo o jogo. De repente dois vagabundos chegaram de moto atirando pra todo lado, foi muita bala. Eu joguei meu filho no chão e depois que passou a confusão ele me mostrou que eu estava baleado no braço", relatou Wellington Duarte.
Se não bastasse o susto, o desespero e o risco de perder a vida, ele também lamenta como a divulgação do episódio lhe trouxe aborrecimento. "Eu sou um pai de família que estava assistindo um jogo de futebol com o meu filho, levei um tiro de dois vagabundos que não queriam nem saber pra onde atiravam, e em um blog policial eu fui citado com sendo um marginal. Isto me deixou revoltado, porque o bandido é o pai de família que já não pode mais nem ter um lazer. O bandido é um trabalhador baleado por um mau elemento que sai atirando por aí e não quer nem saber aonde é, se é dia ou de noite. Hoje a bandidagem dominou a cidade e o cidadão de bem que se esconda ou reze pra não ser morto", ressalta Wellington Duarte, que deve passar uma semana no hospital, no qual dá expediente, na condição de paciente internado.