Família recebe corpo de criança em caixa de papelão Forquilha Notícias

Últimas

quarta-feira, novembro 18, 2015

Família recebe corpo de criança em caixa de papelão

De acordo com o Boletim de Ocorrência – B.O, registrado por Sr. Jorziel Ferreira Dias, sua esposa, Sra. Maria Nilvânia dos Santos Lima, chegou no Hospital às 5:30h da manhã, em trabalho de parto.
Após muita insistência dos familiares, a mãe da criança só recebeu o primeiro atendimento às 10:30h, quando foi dito pelo médico que a criança já teria vindo à óbito e que seria necessário aguardar sua expulsão natural.
Ainda conforme o B.O., a paciente foi levada ao centro cirúrgico somente às 19:30h, quando a criança foi retirada.
A declaração de óbito, assinada pelo médico Dr. Francisco Ronaldo da Silva (CRM 2092), atesta como causa mortis a aspiração de mecônio, insuficiência respiratória e prematuridade. Diz ainda à declaração que o feto estaria supostamente macerado e em decomposição. Em telefonema para a reportagem o médico afirmou que o plantão não era dele, apenas vez um “favor” em averiguar a situação.
A família, de lavradores humildes, natural da Localidade Boa Vista, Zona Rural  de Jurema/PI, contesta aversão do médico e acredita que houve negligência no atendimento, pois na manhã do dia anterior a mãe se consultou no posto de saúde, onde se pôde ouvir normalmente os batimentos da criança, sem qualquer anormalidade.
O advogado da família, Dr. Pedro Ribeiro Mendes (OAB/PI 8303), afirma que já acionou a Delegacia Regional para as devidas providências.
-“O caso é gravíssimo e a versão dos médicos do hospital destoa totalmente da realidade, pois a gestante havia se consultado no dia anterior e estava tudo certo com o bebê. É inadmissível que uma gestante que chegue no hospital apresentando sangramento e só seja atendida 5 horas depois! Estamos diante de uma negligência imperdoável, que só vem a revelar o pouco valor conferido à vida humana, notadamente daqueles que precisam se utilizar dos serviços gratuitos de saúde.”, diz o advogado Dr. Pedro Ribeiro Mendes.
O advogado ainda falou que é de causar choque a forma em que a criança foi devolvida à família, dentro de uma caixa comum de papelão, lacrada com esparadrapos. –“Não se pode compreender tamanha desumanidade, contrária não só à legislação sanitária em vigor, mas também às regras de civilidade.”, diz.
corpo_crianca0as1a0s1a0s1a0s
Corpo da criança foi entregue a família em uma caixa de papelão.
A família afirma que vai denunciar o caso também aos órgãos de defesa dos Direitos Humanos. Aindasegundo o advogado foi o segundo caso de natimorto no mesmo dia ocorrido no Hospital Regional de São Raimundo Nonato.
Homicídio culposo
O crime de homicídio culposo está previsto no Art. 121, § 3º do Código Penal e tem sua pena (detenção de 1 a 3 anos) aumentada em 1/3 se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão.
A reportagem entrou em contato com o Hospital Regional porém até o fechamento desta notícia não obteve retorno.

Secretaria de Saúde do Estado envia nota sobre caso no Hospital Regional:


Confira a nota na íntegra:
Esclarecimento do Hospital Regional Senador Cândido Ferraz, em São Raimundo Nonato:
A direção do Hospital Regional Senador Cândido Ferraz, de São Raimundo Nonato, esclarece que todos os procedimentos no atendimento à paciente Maria Nilvania dos Santos Lima, moradora da comunidade Boa Vista, no município de Jurema do Piauí, foram feitos conforme protocolos.
A paciente deu entrada na urgência do Hospital por volta das 5h20 da manhã da última sexta, 6, com dor pélvica e lombar. Em seguida, foi encaminhada ao setor de obstetrícia, sendo atendida pelo médico plantonista, que por volta das 6h20, constatou que o feto não apresentava batimentos cardiofetais, solicitando assim ultrassom gestacional.
Às 10h45, após realização do exame, confirmou a ausência de batimentos cardiofetais, confirmando ausência de vida do feto.
Diante do resultado, foi administrada medicação para expulsão do feto, ocorrendo, às 19h30, parto normal, procedimento que minimiza os riscos de infecção.
Ainda na sala de parto, a mãe e a avó forneceram as vestimentas do natimorto, solicitando à equipe do Hospital que acomodasse o feto numa caixa até a chegada da funerária, que ocorreu cerca de 30minutos após a realização do parto. Com auxílio de profissionais do Hospital, o natimorto foi acomodado numa urna funerária, sendo levado pela família.
A direção do Hospital reitera que os todos os procedimentos adotados pelos profissionais desta unidade foram feitos de acordo com os protocolos, estando à disposição das autoridades para os devidos esclarecimentos.


Fonte: Com informações do Portal SãoRaimundo.com