A residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na QL 12 do Lago Sul, amanheceu cercada por três viaturas da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (15/12). Cerca de 12 homens da PF isolam a entrada e não deixam ninguém passar. A corporação cumpre mandados de busca e apreensão no local.
A ação foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo tribunal Federal (STF), e é um desdobramento da operação Lava Jato. O pedido foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Também foram realizadas buscas nas residências do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e do senador Edison Lobão (PMDB-MA). A operação está sendo feita ainda na casa de Cunha em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
A ação, batizada de Catilinárias, tem como objetivo coletar provas nos inquéritos que apuram se o presidente da Câmara cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O advogado do parlamentar chegou à Casa Oficial da Câmara por volta das 6h52, para se encontrar com Cunha. Alexandre Garcia de Souza é filho de Antonio Fernando de Souza, ex-procurador-geral da República. Ambos advogam para o deputado. Por volta das 7h14, outro advogado, Davi Evangelista, chegou.Em 20 de agosto de 2015, Cunha foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-geral da República (PGR), por corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de receber R$ 5 milhões em propinas.
Na Câmara, o Conselho de Ética tenta votar parecer pela continuidade das investigações sobre o presidente da Casa. Alvo de investigação da Operação Lava Jato, Cunha é suspeito de quebra de decoro parlamentar por não ter declarado contas secretas no exterior e de ter mentido, em depoimento à CPI da Petrobras , sobre a existência delas. Ele nega ser o dono dos ativos e diz ter apenas o seu usufruto. Se o processo chegar ao plenário, Cunha pode ter o mandato cassado.
O relator do processo no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (PDT-RO) deve apresentar nesta terça-feira (15) seu parecer preliminar sobre o caso. A reunião do colegiado está marcada para 9h30. De acordo com o parlamentar, o relatório deverá pedir a continuidade do processo, já que a representação apresentada contra o peemedebista cumpre “requisitos formais”, segundo ele.
No último dia 2, Cunha autorizou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, num requerimento formulado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Além das chamadas “pedaladas fiscais” do governo em 2015, os autores do pedido de afastamento também alegaram que a chefe do Executivo descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal ao ter editado decretos liberando crédito extraordinário, em 2015, sem autorização do Congresso Nacional.
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fonte Metropoles