Esta seria a terceira vez que um casamento a três é registrado em cartório no Brasil, nos moldes da União Estável. Mais para frente, eles querem também oficializar o casamento formal, assim como já fazem culturalmente os demais casais formados apenas por um homem e uma mulher e estão reivindicando os casais homossexuais. “Elas de noiva e eu de smoking, com festa e tudo mais”, planeja Klinger.
Os três são mato-grossenses, mas vivem em Jundiaí, onde garantem que levam vida normal, trabalham, passeiam e também pensam em ter um filho, gerado na barriga de "Paulinha", dentro de cerca de 2 anos.
Além do filho, outro projeto do "trisal" é escrever um livro mais amplo sobre esta forma de se relacionar que ainda assusta, mas que eles garantem ser possível, natural, ética, verdadeira, honesta e amorosa. Trata-se do poliamor.
O reconhecimento em cartório deste romance atípico é importante, segundo eles, não somente em relação à divisão de patrimônio, mas também para que não sejam excluídos dos direitos civis, como outros cidadãos quaisquer. Além disso, eles já pensam também no registro do filho, que querem que seja feito em nome dos três: um pai e duas mães.
Para fazer o registro da união em cartório, Klinger explicou que declarou em texto escrito de próprio punho, com dados de pessoa física dos três, que vive junto com Paula e Angélica. Os três assinaram o documento, que precisou ser validado por duas testemunhas. Após as assinaturas, tudo acontece com o tempo de reconhecimento de firma que gira em torno de 30 minutos em qualquer cartório.
Se algum dos três resolver sair do relacionamento, terá o direito a 33% do patrimônio. Para Klinger, o mundo mudou e muita gente ainda fica assustada com essa forma de se relacionar. Mas a diversidade dos tipos de família é fato irreversível.