Morreu aos 62 anos o ator Antonio Pompêo. O corpo dele foi encontrado nesta terça-feira (5) por vizinhos em sua casa, no bairro de Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro. A Polícia Militar confirma a morte. Segundo o delegado local, Pompêo estava morto havia três dias. O Sindicato dos Artistas (SATED) e os atores Milton Gonçalves e Jorge Coutinho estão atrás de familiares do ator, que morava sozinho.
De acordo com informações da 43ª DP, de Guaratiba, um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte de Pompêo. A perícia do local foi realizada e o corpo encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para identificação.
A atriz Zezé Motta, que trabalhou com Pompêo no filme "Xica da Silva" (1976) e outras cinco novelas, lamentou a morte do colega em sua rede social.
"Em choque e com muito pesar que comunicado a perda do meu amigo e grande ator Antonio Pompêo. Juntos, trabalhos em 'Xica da Silva', 'Quilombo', entre tantos outros projetos no cinema, na televisão foram mais de cinco novelas onde tivemos a oportunidade em estarmos juntos... Pompêo também presidiu o Centro de Informação e Documentação do Artista Negro, fundado por mim em 1984. A dor é grande! Descanse em paz meu amigo", escreveu a atriz no Facebook.
A Record, última emissora onde Pompêo trabalhou, enviou à imprensa uma nota de pesar pela morte do ator.
"A Record recebeu com pesar a notícia do falecimento do ator Antonio Pompêo. Pompêo está no ar nas reprises das novelas "Prova de Amor" (2005) e "Chamas da Vida" (2008). O ator também esteve no elenco de outras duas produções da Record: "Rebelde" (2011) e "Balacobaco" (2012), seu último trabalho na TV. Externamos nossa solidariedade à família, aos amigos e fãs de Antônio Pompêo", disse a emissora.
Nascido em 1953 e natural de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, Pompêo atuou em mais de 30 trabalhos na televisão e no cinema. Sua estreia na TV foi em 1975, na novela "A Moreninha", da Globo. Também fez 12 filmes. O primeiro foi "Xica da Silva" (1976), estrelado por Zezé Motta dirigido por Cacá Diegues.
Em 1982, Pompêo interpretou o cangaceiro Sabonete na minissérie "Lampião e Maria Bonita". Na sequência, participou das minisséries "A Máfia no Brasil" (1984), "O Tempo e o Vento" (1985) e "Tenda dos Milagres" (1985). Retornou às novelas em "Sinhá Moça" (1986) e "O Outro" (1987).
O ator trocou a Globo pela Manchete em 1989. Na nova casa, atuou em "Kananga do Japão" (1989), "Escrava Anastácia", "Rosa dos Rumos" e "A História de Ana Raio e Zé Trovão" (1990). De volta à Globo, participou das novelas "Pedra Sobre Pedra" (1992), "Mulheres de Areia" (1993), "Fera Ferida" e "A Viagem" (1994).
Em nova passagem pela Manchete, atuou em "Tocaia Grande" (1995), porém o ator retornou rapidamente para a Globo, onde fez "O Rei do Gado" (1996), "Pecado Capital" (1998) e "A Casa das Sete Mulheres" (2003).
Pompêo assinou com a Record em 2005. Dois de seus trabalhos estão sendo reprisados atualmente pela emissora: "Prova de Amor" (2005) e "Chamas da Vida" (2008). Após breve retorno à Globo, na série "Força-Tarefa" (2010), voltou para a Record e atuou em "Rebelde" (2011) e "Balacobaco" (2012), sua última novela.
Além de ator, Pompêo era artista plástico e ativista dos direitos dos negros. Ele foi diretor de Promoção, Estudos, Pesquisas e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira da Fundação Palmares, ligada ao Ministério da Cultura.