Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 7, os peritos criminais da Polícia Federal decidiram entrar na polêmica do corte orçamentário da corporação que nas últimas semanas alimenta um embate tenso entre delegados e o governo. Através de sua entidade de classe, os profissionais da segurança nacional se declaram a favor do ‘diálogo franco’, mas expressam que ‘o retrocesso é inaceitável’.
Eles argumentam que em um Estado Democrático de Direito ‘o governo não deveria privilegiar quem o defende e preterir quem pode investigá-lo’.
Íntegra do comunicado dos Peritos Criminais Federais
“A Sociedade brasileira vem assistindo a uma discussão pública entre entidades representantes de servidores da Polícia Federal e o Ministério da Justiça. Essa situação lamentável precisa de diálogo franco para que possamos resolver os impasses criados. A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais repudia qualquer possibilidade de contingenciamento orçamentário que possa interferir nas atividades da Polícia Federal, que vem, sem margem para dúvidas, transformando para melhor a história de nosso país. Se há problemas na gestão, como falado pelo Ministro José Eduardo Cardozo, que sejam resolvidos por quem para isso tem poder. Os Peritos Criminais Federais estarão sempre à disposição para ajudar no aprimoramento de nossa gestão. Mas o retrocesso é inaceitável.
A Polícia Federal precisa de investimentos, pois cada centavo que entra nessa instituição retorna com grande lucro para nossa sociedade. E o principal investimento que o Governo deve fazer na Polícia Federal é em seu mais valioso patrimônio: seus servidores de alta qualificação que diuturnamente se esforçam por um país melhor, mais seguro, mais justo e, sobretudo, livre da corrupção que tanto castiga o Brasil.
Em um Estado Democrático de Direito, o Governo não deveria privilegiar quem o defende e preterir quem pode investigá-lo.
A APCF permanece atenta e diligente contra as ameaças à Polícia Federal e reafirma seu compromisso com o diálogo, desde que esse não sirva para fins protelatórios de quem não quer solucionar problemas.”