O deputado estadual Capitão Wagner (PR) relatou nesta terça-feira (23) que policiais militares estão recebendo ameaças. Segundo o parlamentar, um policial que trabalhou em Beberibe, durante o carnaval, participou de forma direta da prisão de um indivíduo que estava portando uma pistola. Esse indivíduo, por acaso, mora próximo a casa do policial. Na ocasião, policiais do Comando Tático Rural (Cotar) e da Cavalaria, prenderam o indivíduo. A polícia o reconheceu como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). O mesmo policial que participou da prisão e que mora próximo a residência do bandido, o ameaçou. “Ou ele se muda da casa, que fica no bairro Antônio Bezerra ou ele vai ser assassinado”, explicou.
Na semana passada, outro policial que mora no Parque Dois Irmãos, atrás da 8ª Cia /1º BPCom, saia de casa quando se deparou com um assalto. Dois indivíduos estavam abordando uma senhora para levar o carro. O policial tentou intervir, tomou o cuidado necessário e efetuou um disparo que atingiu o pneu do veículo, preservando a vida dos bandidos. “Por conta disso, a senhora que trabalhava como doméstica na casa do policial e que mora na comunidade Rosalina, próximo à casa de um dos assaltantes teve que pedir demissão por ter sido ameaçada”. Por ordem dos bandidos da comunidade, segundo a doméstica, ou ela pedia demissão ou ela seria a vítima. A mulher disse ainda, que os bandidos falaram que o policial também será vítima.
Um terceiro relato vem do município de Jaguaretama. A esposa do subtenente Herbênio, que foi morto na última sexta-feira, 19 de fevereiro, com mais de 20 tiros, também está sendo ameaçada pela mesma quadrilha acusada da execução. Ela é delegada e trabalha na mesma região. “Os bandidos já mandaram avisar. Ou a delegada pede para sair de lá, ou será a próxima vítima”.
A ausência de ações do Governo do Estado está causando temor na categoria de profissionais de segurança pública. “Na semana passada, pedimos ao governador Camilo Santana, que tome uma medida enérgica contra o crime organizado, ou vai se instalar no Estado um clima de guerra. Os próprios policias estão querendo criar mecanismos para se proteger. Peço, novamente, a instalação de um setor especializado para investigar todos estes fatos que são perigosos”. Wagner cobra que o secretário de Segurança do Estado, Delci Teixeira, venha a público explicar que ações estão sendo realizadas para apurar as denúncias sobre as facções criminosas. “Precisamos dar segurança a população. Na medida que os profissionais de segurança estão sendo vítimas, pode haver um recuo da segurança pública. Não podemos permitir que o crime organizado tenha força no Ceará”, concluiu.
Via Cearanews7