O Governador Camilo Santana disse que vai responsabilizar o Governo Federal se houver colapso no abastecimento de água em Fortaleza. Ele deu a declaração quando se pronunciava sobre o atraso na obra de transposição do Rio São Francisco. “Eu já falei isso de público. Ou agente faz um movimento em nível nacional para sensibilizar o Governo a olhar para o Nordeste, ou não teremos saída”, afirmou.
Segundo Camilo, se a obra não for colocada como prioridade, o Estado não terá onde buscar água. “Se essa obra não for concluída e se não chover, teremos um colapso para 4 milhões de pessoas aqui na Região Metropolitana e o responsável será o Governo Federal, que não está escutando os governadores, que não está escutando os seus representantes”, pontuou.
O governador disse que é urgente que a obra seja retomada e concluída, do contrário os prejuízos serão enormes, podendo levar Fortaleza e a Região Metropolitana a uma situação de calamidade pública. “O esforço que o Ceará tem feito, sem receber um centavo do governo federal , só na Região Metropolitana foram R$ 70 milhões pra evitar que haja desabastecimento de água. Mas todas essas ações só garantem água até maio do ano que vem. E se não chover? São cinco anos sem chuvas. Não temos outra alternativa. Uma obra que era para ter sido concluída ano passado, depois passou para esse ano e o Ministério (da Integração Nacional) está falando no primeiro semestre de 2018. Isso é inadmissível”, observou Camilo.
O chefe do Executivo estadual frisou ainda que o Governo afirma que uma construtora abandonou a obra e agora vai fazer uma nova licitação, que no ritmo normal pode demorar até um ano. “Colocaram que o problema era o TCU. Fui lá conversar com o presidente que é nordestino e conhece o problema que estamos vivenciando. Existe sim alternativas. Você pode fazer contratação direta, fazer uma dispensa, pode chamar o Exército. O que não pode é essa obra não ser retomada o mais rápido possível, sob pena que termos um grave problema na Região Metropolitana e eu não serei o responsável por isso. O responsável chama-se o Governo Federal, a quem eu tenho cobrado, já pedi audiência com o presidente Temer e faço um apelo para que a imprensa, as entidades de classe, deputados federais, CNBB, a sociedade se mobilize para que agente possa evitar um problema maior. Não podemos esperar por janeiro para correr atras do prejuízo”, finalizou.