O deputado federal cearense José Guimarães (PT) sustenta ser inocente das acusações de sido beneficiado com o pagamento de propina para obter a liberação de financiamento público para a execução de projetos de usinas eólicas. Em inquérito concluído pela Polícia Federal, e que já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), o parlamentar figura como autor dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro.
Guimarães sustenta serem falsas as acusações de que teria recebido uma propina no valor exato de R$ 97.761,00, conforme relata a Polícia Federal. O dinheiro teria sido pago de duas vezes por ele ter feito ingerências junto ao Banco do Nordeste (BNB) para a liberação de R$ 260 milhões em favor do grupo Densevix (Engevix). O dinheiro público teria sido liberado a Densevix por conta da intervenção direta do deputado junto ao então presidente do BNB, Roberto Smith.
Crimes
Na manhã desta quinta-feira (24), a PF divulgou uma nota sobre a conclusão do inquérito número 4259, no âmbito da Operação Lava Jato. Diz a nota: “A investigação comprovou que um deputado federal do Ceará recebeu propina do colaborador Alexandre Romano, em troca de sua intervenção junto ao ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil, seu apadrinhado político”.
A primeira parcela da propina, no valor de R$ 30 mil, foi paga através de um cheque descontado pelom escritório de advocacia “Bottini e Tamasaukas”, que defendeu Guimarães numa ação no STF. A segundo parcela, com um cheque de R$ 67,7 mil, nominal a uma fábrica de papel fornecedora da gráfica usada pelo deputado.
Ainda de acordo com a investigação da PF, “foram identificados elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro pelo parlamentar”. Guimarães nega tudo.
Por FERNANDO RIBEIRO
Com informações do O Antagonista