Na Era de Ouro dos quadrinhos, quando Jerry Siegel e Joe Shuster fizeram a sua estreia em Action Comics 1 com o lançamento de Superman, a chamada “nona arte” mudou. Esse período apresentou super seres que se assemelhavam a deuses da mitologia grega e que vinham para ajudar os mais fracos. Daí se originou a Liga da Justiça, em 1960, com a participação do Superman, Batman, Mulher Maravilha, Flash e outros.
Passadas quase seis décadas, só agora, o supergrupo ganha uma adaptação para os cinemas. O filme Liga da Justiça, de Zack Snyder, mostra a reunião dos heróis para salvar o planeta de um ataque catastrófico. De volta aos papeis principais estão Henry Cavill (Superman), Ben Affleck (Batman) e Gal Gadot (Mulher Maravilha). Unindo-se ao elenco, estão Ezra Miller (Flash), Ray Fisher (Cyborg) e Jason Momoa (Aquaman).
A DC Comics está em busca dos holofotes no cinema há mais de uma década. Em 2007, por exemplo, já havia planos de um longa da Liga. O universo cinematográfico da editora, no entanto, estava uma bagunça. Enquanto era iniciada a trilogia do Batman dirigida por Christopher Nolan, Superman: O Retorno (2006) era lançado — filmes diferentes em tom e temática, difíceis de serem associados como os filmes da concorrente Marvel, com quase 20 títulos, têm feito.
Foi em 2013 que a DC entendeu o que estava perdendo. De lá para cá, ocorreram os lançamentos de Homem de Aço, Batman vs Superman: A Origem da Justiça, Esquadrão Suicida e Mulher Maravilha, sendo este último o recordista de bilheteria em um filme de origem de super-heróis e também a maior bilheteria de um filme dirigido por uma mulher, Patty Jenkins. Desse modo, foi alcançado um novo público, que buscava representatividade em uma personagem feminina, mas de alcance universal.
O longa da Liga da Justiça continua com o clima de aventura do filme solo da Mulher Maravilha. Apesar da troca de diretores, que aconteceu no semestre passado, a produtora confia na mudança de público, humor e tom, já que a obra está colorida, engraçada e divertida.
A troca de diretores aconteceu porque Snyder passou por problemas familiares, cabendo a Joss Whedon (diretor dos dois filmes dos Vingadores) assumir a posição. Segundo a publicitária e crítica de cinema Hillary Maciel, a troca foi uma medida tomada para não acontecer de novo o drama e pessimismo de Batman vs Superman. “Zack Snyder é utilizado em quase todas as produções cinematográficas da DC. Então, acho que a escolha foi para trazer novos olhares e, quem sabe, uma nova perspectiva para esse universo (da DC) que ainda está se moldando”, diz.
Já o ator e redator Luke Muniz lembra que a troca foi um infortúnio, já que Snyder se afastou da direção inesperadamente. “Estava sem expectativa por causa da troca de diretores e decepções que fomos obrigados a conferir, como Esquadrão Suicida. Já Mulher Maravilha foi uma visão de luz no fim do túnel, algo que espero que continue a acontecer nesse primeiro filme da Liga”, confia.
GABRIEL AMORA