O dinheiro e os relógios estavam em duas malas, segundo o depoimento de um agente que participou da operação. No total, a delegação carregava 19 malas, além da bagagem diplomática, mas o conteúdo das demais não foi informado.
A Polícia Federal diz que o caso está sob sigilo diplomático e a Receita Federal também não comenta o caso. Em nota, o Itamaraty informa que "se manteve em coordenação permanente com a Receita Federal e a Polícia Federal no acompanhamento do caso, inclusive quanto à adoção das medidas cabíveis
”.A reportagem também tem tentado contado desde a noite de sexta-feira com a embaixada do Brasil na Guiné Equatorial, sem sucesso.
Em depoimento à Polícia Federal, o secretário da Embaixada da Guiné Equatorial no Brasil explicou que o filho do ditador veio ao Brasil para tratamento médico, e que o US$ 1,4 milhão em uma das malas seria utilizado em missão oficial posterior, com destino a Singapura. Sobre os relógios, o secretário informou que seriam de uso pessoal de Teodoro Obiang Mang.
O avião, pertencente ao governo da Guiné Equatorial, chegou a Viracopos na sexta-feira à tarde vindo de Malabo, capital do país. Além do vice-presidente do país, 10 pessoas estavam a bordo. Embora trouxesse uma autoridade do governo do país africano, o voo não era uma missão diplomática oficial.
Em missões oficiais, as chamadas malas diplomáticas – que contêm documentos e objetos de uso oficial do país de origem – não podem ser fiscalizadas no destino. A aeronave da Guiné Equatorial, entretanto, trazia um conjunto de 19 malas não diplomáticas, que não possuem essa proteção.
Quando agentes da Receita e da PF tentaram analisar o conteúdo dessas 19 malas, seguranças que estavam no voo tentaram impedir. Houve confusão. Membros da comitiva foram levados para prestar esclarecimentos às autoridades brasileiras, mas o vice-presidente foi liberado do procedimento.
Teodorín, como é conhecido Teodoro Obiang Mang, é filho do ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, há 38 anos no poder. Ele esteve no Brasil em 2015, quando a escola de samba Beija Flor, do Rio de Janeiro, fez um desfile em homenagem à Guiné Equatorial.
Fonte: G1