Gabriel de Paula Melo, de 16 anos, morreu vítima de dengue hemorrágica em São Vicente, no litoral paulista. A informação foi confirmada pela Secretaria de Saúde do município, após a pasta receber o resultado positivo para a doença. A mãe do adolescente desabafou sobre o caso ao G1 neste sábado (13). “Eu estou morta por dentro, indignada”, lamenta a cuidadora de idosos Viviane de Paula Melo, de 35 anos.
De acordo com o relato da cuidadora, o jovem deu entrada no dia 12 de fevereiro no Hospital Municipal de São Vicente. Ele estava com febre e vomitou uma espécie de espuma, relembra a mãe. Na unidade, ele foi diagnosticado com dengue e, após tomar soro, voltou para casa.
Durante a madrugada do dia 13, o adolescente apresentou piora no quadro e vomitou sangue. Gabriel voltou ao hospital, levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e foi para a emergência, conseguindo vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) às 5h. Por volta das 6h20, ele não resistiu e morreu.
“Ele aparentemente estava bem, só com dor de cabeça e febril. Até hoje não acredito que isso aconteceu”, diz a mãe.
Viviane conta que o adolescente teve dengue em outubro de 2020, mas se recuperou. Ela acredita que houve negligência no hospital, já que o menino foi liberado após tomar soro mesmo com um quadro de dengue grave.
De acordo com a Prefeitura de São Vicente, foi realizada coleta de sorologia para dengue e demais exames laboratoriais. Também foram administrados medicamentos endovenosos. O paciente, porém, apresentou piora clínica e foi encaminhado para a UTI, onde teve uma parada cardiorrespiratória. O jovem foi submetido a entubação, e foram realizadas manobras de reanimação, sem sucesso.
“Deixar ele no hospital poderia ter evitado que chegasse à dengue hemorrágica. Não consigo acreditar que não pudemos fazer nada por ele, e nem lá fizeram o que deveria ser feito”, lamenta a cuidadora.
Moradora do bairro Sá Catarina de Moraes, ela conta que o sobrinho e um primo também foram diagnosticados com dengue. Depois do que passou, ela lamenta a perda e questiona o que poderia ter sido feito pelo filho.
“O sonho dele era ser gamer. Era muito obediente, sempre muito carinhoso. Uma palavra que define meu filho é menino de ouro”, finaliza a mãe.