Pelo Instagram, Juliana Ferron contou detalhes do episódio de preconceito que sofreu na tentativa de adoção
Um caso polêmico de discriminação religiosa aconteceu na última sexta-feira (21) na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Na ocasião, a ativista Juliana Ferron foi impedida de dar continuidade ao processo de adoção de uma criança, por ser cristã.
Em um vídeo compartilhado por Juliana no Instagram, a ativista narrou que estava em um processo na vara de Infância e Juventude de Passo Fundo e chegou a concluir um curso para a adoção de uma criança.
Ainda segundo Juliana, ela recebeu uma sentença por escrito, em que ela teria sido avaliada por uma psicóloga e uma assistente social. No documento consta que Juliana foi reprovada para ser mãe adotiva.
Preconceito religioso
Ainda segundo Juliana, a justificativa foi que ela possuía crenças religiosas que a desqualificariam para ser mãe adotiva.
“Nessa sentença eu fui reprovada pela justiça dos homens a ser mãe adotiva porque eu tenho crenças religiosas, ou seja, porque eu sou cristã”, disse Juliana no Instagram.
A ativista poderá recorrer da decisão, mas para isso terá que nomear um advogado e entrar com uma ação na Justiça nos próximos dez dias úteis.
No vídeo, Juliana ainda afirmou que não sabe se irá continuar no processo para adotar uma criança e que ficou frustrada com a decisão.
“Eu não sei o que eu vou fazer, não sei se vou dar continuidade a isso… Tem que pegar advogado e aí é uma função, eu não sei quanto isso demora, eu não sei quanto isso custa”, contou Juliana.
Orfanatos lotados
A decisão da Vara vem na contramão das necessidades dos abrigos públicos do país, uma vez que o número de adoções vem caindo ao longo dos anos.
Em Mato Grosso, por exemplo, o número de adoções chegou a cair 19% ao longo do ano da pandemia.