Os denunciados foram alvos de uma investigação da Polícia Civil que identificou 361 integrantes de uma facção criminosa carioca no Ceará.
A Justiça Estadual recebeu a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), e 54 integrantes de uma facção criminosa carioca, ligados a Valeska Pereira Monteiro, a 'Majestade', se tornaram réus por crimes como organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico. A decisão foi proferida no último dia 13 de dezembro.
As 54 pessoas foram alvos de uma investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), que identificou 361 integrantes da facção criminosa no Ceará. Devido ao grande número, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, explicou - na denúncia que o Diário do Nordeste teve acesso - que teve que dividir os investigados e que irá apresentar outras denúncias contra os demais.
R$ 425 MIL
A investigação descobriu que a organização criminosa tem mais de 1,7 mil pontos de venda de drogas em território cearense, o que os criminosos chamam de "biqueira". Cada ponto precisa pagar R$ 250 mensais para a "caixinha" da facção, o que resulta em um faturamento de ao menos R$ 425 mil por mês. A "caixinha" é destinada para o paiol da facção, ou seja, para a compra de armas de fogo e munições, que podem ser emprestadas para as "biqueiras", em casos de necessidade, como disputas por territórios com rivais.
A Draco chegou aos integrantes da facção no Ceará a partir da prisão de Valeska Monteiro, ocorrida em agosto deste ano, no Município de Gramado, no Rio Grande do Sul. 'Majestade' era a principal responsável pela contabilidade financeira do grupo criminoso no Ceará. Em junho deste ano, ela começou a atualizar o 'Quadro da Biqueira' da facção, através do aplicativo WhatsApp. Em alguns dias, ela recebeu, em seu aparelho celular, mais de 1,7 mil cadastros de pontos de venda de drogas.
'Majestade' é o "braço direito" do líder máximo da facção carioca no Ceará, Max Miliano Machado da Silva, capturado em fevereiro deste ano no Estado do Pará. Além da prisão dele, a Draco localizou comparsas e apreendeu 600 kg de cocaína, avaliados em cerca de R$ 70 milhões.
Presos na posse de drogas
Dos 54 denunciados, pelo menos 51 estão presos, segundo a denúncia do Gaeco. São homens e mulheres acusados de integrar a facção carioca e de participar do tráfico de drogas, com atuação na Capital, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e no Interior do Estado.
813
Durante o cumprimento dos 813 mandados judiciais, na deflagração da Operação Anullare, no dia 19 de novembro deste ano, dois desses 54 acusados foram encontrados na posse de droga. Em razão disso, Alan Átila Silva e Yuri da Costa Coelho também foram denunciados pelo crime de tráfico de drogas - além de organização criminosa e associação para o tráfico.
Segundo a denúncia, Alan Átila atua no tráfico de drogas em Fortaleza e confessou à Polícia que comprou os entorpecentes na Praça José de Alencar, no Centro da Capital. Já Yuri Coelho é apontado como uma liderança da facção no Município do Crato, na Região do Cariri. Na residência dele, os policiais encontraram droga escondida na parede, um revólver calibre 38 e balanças de precisão. O suspeito adimitiu que vende maconha, cocaína e crack.