A Justiça alemã condenou nesta quarta-feira (15) à prisão perpétua o russo Vadim Krasikov pelo assassinato de um checheno em Berlim a mando do governo de Vladimir Putin. Moscou acusa o veredito de ser político. Dois diplomatas russos foram expulsos do país europeu. O caso estremece as relações diplomáticas já complicadas entre Rússia e Alemanha.
Em 2019, Tornike Kavtarachvili estava em um parque de Berlim quando foi assassinado com três tiros. O georgiano da minoria chechena tinha 40 anos e era opositor ao governo russo.
Para a Corte de Berlim, as ordens foram dadas por autoridades russas para “liquidar a vítima” cerca de um mês antes do assassinato. A morte teria sido uma vingança contra o opositor, de acordo com o juiz Olaf Arnoldi.
Moscou, que sempre negou sua participação no caso, acusa o veredito de ser político.
"Acreditamos que esta é uma decisão política que prejudica seriamente as relações russo-alemãs, que já eram difíceis", disse o embaixador da Rússia na Alemanha, Sergei Netchaev.
Algumas horas após o veredito, o governo alemão decidiu expulsar dois membros da equipe diplomática russa. A ministra de Relações Exteriores, Annalena Baerbock, anunciou que os dois funcionários da embaixada russa foram declarados “persona non grata" na Alemanha por conta da decisão judicial desta quarta-feira.
O assassinato no coração de Berlim foi considerado pelo governo um "grave atentado à soberania do Estado alemão”.
Execução a sangue frio
O checheno morto era um líder separatista que havia lutado contra as forças russas entre 2000 e 2004. O georgiano vivia com sua família na Alemanha desde 2016, sob asilo político.
O governo de Putin solicitou a extradição do opositor checheno, que foi negada pela Alemanha.