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quarta-feira, janeiro 05, 2022

Governo do Cazaquistão renuncia após manifestações violentas

Aumento no preço do combustível gerou protestos em todo o país, deixando quase 100 policiais feridos.

Polícia tenta conter manifestações em Almaty - Reuters

O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, aceitou a renúncia de seu governo nesta quarta-feira (5), informou seu gabinete, depois que um aumento no preço do combustível no país da Ásia Central, rico em petróleo, gerou protestos nos quais quase 100 policiais ficaram feridos.


As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e granadas de choque na noite de terça-feira (4) para expulsar centenas de manifestantes da praça principal de Almaty, a maior cidade da ex-república soviética, e os confrontos duraram horas nas áreas próximas.


Os protestos abalaram a imagem do Cazaquistão como um país politicamente estável e rigidamente controlado, usado para atrair centenas de bilhões de dólares de investimento estrangeiro em suas indústrias de petróleo e metais ao longo de três décadas de independência.



Falando aos membros do gabinete em exercício, Tokayev ordenou que eles e os governadores provinciais restabelecessem os controles de preços do GLP e os ampliassem para gasolina, diesel e outros bens de consumo “socialmente importantes”.


Ele também ordenou que o governo desenvolvesse uma lei de falência pessoal e considerasse congelar os preços dos serviços públicos e subsidiar o pagamento do aluguel para famílias pobres.


O presidente disse que a situação está melhorando nas cidades atingidas pelo protesto depois que o estado de emergência foi declarado, que incluiu toque de recolher e restrições de movimento.


Os protestos começaram na província produtora de petróleo de Mangistau no domingo (2), após o levantamento dos limites de preço do gás liquefeito de petróleo, um combustível popular para carros, um dia antes, depois do qual seu preço mais que dobrou.


Tokayev declarou a emergência em Almaty e Mangistau e disse que provocadores nacionais e estrangeiros estavam por trás da violência.


Separadamente, o Ministério do Interior disse que, além de Almaty, prédios do governo foram atacados nas cidades de Shymkent e Taraz no sul durante a noite, com 95 policiais feridos nos confrontos. A polícia deteve mais de 200 pessoas.


O prefeito de Almaty, Bakytzhan Sagintayev, disse em um discurso aos moradores que a situação na cidade estava sob controle e que as forças de segurança estavam detendo “provocadores e extremistas”.