O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse que a “operação” na Ucrânia “acaba em um instante” se o país cumprir os termos estabelecidos pela Rússia. A lista de condições foi citada por Peskov em entrevista a Reuters nesta 2ª feira (7.mar.2022).
O governo de Vladimir Putin quer da Ucrânia:
- Rendição militar;
- Mudança na Constituição para garantir que o país não vai aderir à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ou à - UE (União Europeia);
- Reconhecimento da Crimeia e das regiões de Donetsk e Lugansk, em Donbass, como independentes.
Segundo Peskov, não haverá mais exigências territoriais. Disse ainda que a Rússia não está exigindo a entrega de Kiev, capital ucraniana.
“Nós realmente estamos terminando a desmilitarização da Ucrânia. Vamos acabá-la. Mas o principal é que a Ucrânia cesse sua ação militar. Aí ninguém vai atirar […] De resto, a Ucrânia é um Estado independente que irá viver como quiser, sob as condições de neutralidade”, disse.
O porta-voz russo também afirmou que os negociadores já informaram os termos para o cessar-fogo aos representantes da Ucrânia quando realizam as duas últimas rodadas de negociações. Delegações dos 2 países estão reunidas nesta 2ª feira (7.mar) para uma 3ª conversa.
No domingo (6.mar), Putin também afirmou que a operação militar será suspensa apenas se as forças ucranianas “cessarem as hostilidades e concordarem em implementar as exigências”.
CONFLITO
Esta 2ª feira (7.mar) marca o 12º dia da invasão da Rússia à Ucrânia. No sábado (5.mar), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que seu governo está fazendo todo o possível para chegar a um acordo.
“Nós estamos fazendo tudo — de nossa parte — para fazer o acordo funcionar. Essa é uma das principais tarefas […]. Vamos ver se podemos avançar no processo de negociação”, disse Zelensky em um pronunciamento.
Além da 3ª rodada de negociações desta 2ª feira (7.mar), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba, vão se reunir na próxima 5ª feira (10.mar). Essa será a 1ª conversa entre os chanceleres desde a invasão russa à Ucrânia. O encontro será em Antália, na Turquia.