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sábado, abril 29, 2023

Mulher acusa irmã de se passar por ela ao ser presa em flagrante em Fortaleza

Suspeita foi solta em audiência de custódia, na Justiça Estadual, com a suposta identificação falsa.

Defensoria Pública pediu à 13ª Vara Criminal de Fortaleza que o nome da operadora de
telemarketing seja retirado do processo criminal


Uma operadora de telemarketing (identidade preservada) ingressou com uma petição na Justiça Estadual, através da Defensoria Pública Geral do Ceará, em que afirma que a sua irmã foi presa em flagrante, em fevereiro deste ano, com o nome dela. A prisão se deu por um furto a um supermercado, em Fortaleza.

No pedido, a defensora pública Beatriz Fonteles Gomes Pinheiro afirma à 13ª Vara Criminal de Fortaleza que "a indiciada em questão não cometeu o delito que lhe é imputado, razão pela qual é imperiosa e urgente a exclusão do seu nome do polo passivo deste Inquérito Policial, para que nem mesmo seja oferecida denúncia em seu desfavor, preservando a sua dignidade e a sua ficha criminal, notadamente porque exerce emprego formal e tem receio de se prejudicar em razão de responder a um processo criminal injustamente".

A defensora pública alega ainda que, ao ser presa, em 28 de fevereiro deste ano, a suspeita se identificou com o nome da irmã sem apresentar nenhum documento, "o que foi considerado suficiente pela autoridade policial para fins de qualificação".

Como provas da identificação falsa, a representante da Defensoria compara as assinaturas e as fotografias das duas irmãs e anexa o ponto eletrônico do emprego da operadora de telemarketing, que mostra que ela trabalhava no momento da prisão em flagrante.

A operadora de telemarketing também denunciou a confusão com o seu nome em Boletim de Ocorrência (BO), no 27º Distrito Policial (Henrique Jorge), da Polícia Civil do Ceará (PC-CE); e na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).

SUSPEITA FOI PRESA E SOLTA

Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, a suspeita foi contida por funcionários de um supermercado e presa em flagrante pela Polícia Militar do Ceará (PMCE), por suspeita de furtar produtos do estabelcimento, localizado na Granja Portugal, em Fortaleza.

A mulher tentou sair do supermercado com um par de chinelas, quatro barras de chocolate e oito peças de carne. A suspeita foi levada ao 32º DP (Granja Lisboa) e, ao ser interrogada, confessou o crime. Ela alegou que "está desempregada e passando necessidade para criar seus três filhos menores".

Em audiência de custódia no dia 1º de março, a 17ª Vara Criminal de Fortaleza decidiu soltar a presa, mediante a aplicação das seguintes medidas cautelares: comparecimento mensal à Central de Penas Alternativas; comparecimento a todos os atos processuais; proibição de frequentar o supermercado furtado.

O juiz considerou que "o crime imputado à autuada é de leve potencialidade, cometido sem violência ou grave ameaça, além do que a autuada é primária e portadora de bons antecedentes, não se justificando a prisão preventiva".

MULHER SE SURPREENDEU COM CONFUSÃO

Foi depois da soltura da suspeita que a operadora de telemarketing descobriu a suposta confusão. Em entrevista à TV Verdes Mares, ela contou que se surpreendeu ao saber que tinha que ir à Central de Penas Alternativas.

Eu não estava sabendo nada disso. Só fiquei sabendo quando cheguei na Defensoria. Uma assistente da defensora que consultou o processo disse que eu tinha que ir imediatamente ao Fórum, para falar com a defensora criminal, porque corria o risco de eu ser presa", disse a mulher.